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Raissa saiu de Curitiba rumo a oportunidade em SP e não foi mais vista (Foto: Reprodução/Redes Sociais)

Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (10), a delegada da Polícia Civil do Paraná (PR) Aline Manzatto disse que há contradições no depoimento do humorista Marcelo Alves. Ele se apresentou espontaneamente à polícia na manhã desta segunda (9), em Curitiba, acompanhado de advogados, e confessou o assassinato de Raissa Suellen, de 23 anos, desaparecida desde o último domingo (2). 5p4d51

De acordo com o depoimento, ele estrangulou e matou a jovem após ela recusar uma proposta de relacionamento. A negativa, segundo a defesa do humorista, teria gerado uma discussão, na qual Raissa teria ofendido Marcelo, provocando uma reação violenta do homem.

O corpo de Raissa foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). Segundo a delegada Aline Manzatto, o legista descartou a informação de que o humorista teria matado a jovem por meio de estrangulamento com o objeto conhecido como enforca-gato, como ele havia dito.

“Existe ali, então, não uma situação de ímpeto ou de impulso. Pelas lesões, principalmente no pescoço e clavícula, é que houve, possivelmente, uma situação de esganadura. Ele esgana ela com as mãos, talvez até tenha prensado o corpo dela. Depois, a uma sacola asfixiando a vítima”, disse a delegada.

A sacola foi localizada quando o corpo de Raissa foi encontrado. A delegada afirmou que as declarações prestadas por Marcelo estão sendo quebradas.

Segundo a delegada, o humorista teria premeditado matar Raissa e ocultar o cadáver. No dia do depoimento, Marcelo contou que matou a jovem com objetos que ele já tinha em casa e usava em seu trabalho com stand-ups.

“Quando a gente foi à casa dele, não tinha nenhum desses materiais. Não tinha ferramenta, não tinha absolutamente nada. Então, isso também quebra a versão do acusado de que tudo aconteceu por acaso”, diz Aline.

A lona enrolada sobre o corpo de Raissa era nova, o que demonstra uma premeditação do crime. Inclusive, o humorista chegou a convidar a jovem para almoçar sob falso pretexto de uma proposta de emprego em São Paulo.

Crime de feminicídio e virgindade de Raissa 74214

Agora, a Polícia Civil a a investigar o caso como crime de feminicídio, cuja pena é de 20 a 40 anos.

O IML colheu material para confirmar se houve ou não abuso sexual. Segundo a delegada, pela análise visual, não há lesões aparentes que são observadas em sinais de estupro. A violência sexual pode ser confirmado após o resultado do exame.

De acordo com o legista, exames demonstram que Raissa era virgem. “Isso mostra que ela tinha um comportamento que é o que a família tinha reado e rebate a suposta tese de que ela poderia fazer programas e trabalhar vendendo o corpo”, afirma a delegada.

Há, ainda, a possibilidade de Raissa ter sido dopada antes de ser assassinada, pois não há sinais de luta corporal.