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Jair Bolsonaro. Foto: Lula Marques/Agência Brasil

A pesquisa Quaest divulgada nesta quinta-feira (5) com as preferências do eleitorado para a eleição presidencial do ano que vem trouxe também um quadro sobre as posições políticas dos entrevistado. Segundo o cientista político Emerson Cervi, professor e pesquisador da Universidade Federal do Paraná, a pesquisa Quaest mostra um quadro um tanto equilibrado, em em que cada vez mais se percebe a redução da importância de Jair Bolsonaro para os eleitores de direita.

Esse quadro da pesquisa mostra, a partir da pergunta “Na escala de posições políticas, em qual grupo você se encaixa?”, as seguintes respostas:

Lulista/Petista 14%
Não é Lulista/Petista, mas mais à esquerda 15%
Não tem posicionamento 33%
Não é Bolsonarista, mas mais à direita 23%
Bolsonarista 11%
Não sabe/não respondeu 4%

Ou seja: 29% esquerda, 33% centro, 34% direita.

Emerson Cervi explica que os 14% de Lula podem estar inflacionados por ele estar no poder, mas que os 11% de Bolsonaro são mais reais. “É preciso considerar que as posições, quando identificadas com líderes, como na pergunta Bolsonaro/Lula, tendem a ser ‘inflacionadas’ por aquele que está no governo. É dizer, no governo Bolsonaro o bolsonarismo era inflacionado por conta daqueles que apoiavam o governo. No caso de Lula, agora, a mesma coisa. Então, esses 11% do Bolsonaro é o que podemos chamar de Bolsonarista raiz, que segue Bolsonaro a todo lugar. Já no caso de Lula, que ultraa o percentual de Bolsonaro, ficando em 14%, não dá para dizer que é o Lulista raiz, ou quanto dali é governista”, explicou o cientista político.

Mas Cervi entende que o mais revelador na pesquisa Quaest é a redução na importância de Bolsonaro para a direita. “Para mim, o mais interessante, é quanto cada líder representa da posição ideológica que ele representa. Por exemplo, na esquerda, somando Lulistas e esquerdistas, temos quase 30% – metade deles Lulista. Na direita, somando direitistas e Bolsonaristas, temos 34%, mas, 2/3 não são bolsonaristas. São da direita sem Bolsonaro. Isso mostra como a importância de Bolsonaro para a direita está se reduzindo”.

E o grande contingente de pessoas que se diz sem posição ideológica, segundo Cervi, compõe o centro. “Os 33% sem posição, podemos aproximar dos centristas ou a base do centrão. Vai oscilar para um lado ou outro em função de suas avaliações de condições mais imediatas – especialmente as econômicas”, concluiu.

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