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Mel e Mila são filhotes saudáveis (Foto: Alessandra Pellegrino)

Adotar um filhote é um gesto de carinho que muda vidas. Mas para que esse novo amigo cresça forte, saudável e feliz, a alimentação adequada desde os primeiros dias é fundamental. A veterinária PhD Fernanda Machado Regazzi, referência em Neonatologia, Pediatria e Reprodução no Hospital Veterinário Taquaral (Campinas/SP), dá orientações valiosas para quem está começando nessa jornada.

Nos primeiros dias, o leite (materno ou fórmula comercial específica) é o alimento exclusivo dos filhotes até a quarta semana de vida. Esse período respeita o desenvolvimento do sistema gastrointestinal, ainda imaturo para processar alimentos sólidos. “A introdução precoce pode causar má digestão, diarreias e desconforto abdominal”, alerta a veterinária Fernanda.

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Recém-nascidos devem receber leite a cada 2 a 3 horas

A partir da quarta semana de vida, tem início o processo de desmame gradual. O ideal é introduzir alimentos pastosos, como papinhas ou ração específica para filhotes, previamente umedecida com água morna ou com a própria fórmula láctea comercial específica para cães e gatos, até atingir uma consistência semelhante à de um mingau. Para facilitar a transição, a especialista recomenda substituir inicialmente de duas a três mamadas diárias por essa nova alimentação, aumentando progressivamente a quantidade de refeições pastosas/sólidas até completar o desmame.

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Ração seca umedecida com água (Foto: arquivo pessoal)

A veterinária explica que cerca de uma semana após o início dessa adaptação, o mingau pode ser substituído por ração umedecida, e, entre a quinta e a sexta semana de vida, tanto cães quanto gatos já apresentam capacidade fisiológica para mastigar e ingerir alimentos sólidos; período em que os dentes decíduos incisivos, caninos e pré-molares normalmente já se encontram erupcionados. “É fundamental, no entanto, respeitar o ritmo individual de cada filhote, permitindo que a transição ocorra de maneira gradual e segura, conforme sua aceitação e desenvolvimento”, observa a especialista.

Frequência e forma de alimentar

Filhotes têm necessidades nutricionais especiais e precisam de refeições fracionadas ao longo do dia:
Recém-nascidos (até 4 semanas): alimentação a cada 2 a 3 horas (somente leite).
1 a 3 meses: 5 a 6 refeições diárias com papinhas e ração de filhotes.
3 a 6 meses: 3 a 4 refeições por dia.
Acima de 6 meses: 2 refeições diárias para cães e 4 a 5 para gatos.
É esperado que, no começo, os filhotes façam bagunça ao tentar comer — parte da diversão e aprendizado dessa fase tão especial!
 

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É esperado que os filhotes façam bagunça ao tentar comer (Foto: arq.pessoal)

Escolha da ração e introdução de petiscos

A veterinária recomenda optar por rações super específicas para filhotes, que garantem proteínas de alta qualidade, equilíbrio de cálcio e fósforo para ossos fortes, e ômega-3 para o desenvolvimento cerebral. Novos alimentos como petiscos podem ser introduzidos com moderação a partir dos dois meses de idade, nunca representando um percentual maior que 10% da quantidade total de alimento diário do filhote — sempre produtos próprios para filhotes, nunca alimentos humanos temperados. Segundo Fernanda, a oferta de frutas e legumes como petiscos é permitida, desde que os alimentos escolhidos sejam apropriados e seguros para as espécies canina e felina.

Atenção aos sinais do corpo

É importante observar a aceitação da comida, o comportamento após as refeições e a consistência das fezes. Fezes firmes indicam uma boa adaptação. Já sinais como diarreia, vômitos ou desconforto abdominal exigem atenção imediata e, muitas vezes, a consulta com um veterinário.

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Veterinária Fernanda Machado Regazzi, referência em neonatologia, pediatria e reprodução Foto: divulgação HVT

Fonte: assessoria de imprensa Hospital Veterinário Taquaral – Campinas SP

Instagram: @hvtcampinass