Não, você não se acha na sua bagunça! r934

Priscila Wolff

Quantas vezes você já ouviu alguém dizer: “Eu me acho na minha bagunça!”? Talvez você mesmo já tenha falado isso, na tentativa de justificar aquela mesa cheia de papéis, a gaveta que mal fecha ou o armário onde tudo parece ter vida própria. Mas aqui vai uma verdade dura e libertadora ao mesmo tempo: essa desordem está te cansando mais do que você imagina.

A ciência já comprovou que um ambiente bagunçado aumenta os níveis de estresse e ansiedade. O cérebro está o tempo todo processando informações visuais, e quando há excesso de estímulos – como pilhas de coisas espalhadas, itens fora do lugar e um fluxo constante de “depois eu arrumo” – a sua mente interpreta isso como tarefas inacabadas. O resultado? Sensação de sobrecarga, irritação e até dificuldades para se concentrar.

Bagunça física, cansaço mental 6j60u

Não é só impressão sua: um ambiente desorganizado deixa você mais cansado e improdutivo. A bagunça cria ruído visual, aumenta a procrastinação e dá aquela sensação de que há sempre algo pendente. Quem nunca tentou se concentrar no trabalho, mas foi sugado pela pilha de louça na pia ou pela gaveta que já não fecha direito?

E se você tem filhos, então, a equação fica ainda mais complexa. Uma casa desorganizada impacta toda a rotina familiar: o tempo que você perde procurando objetos, refazendo tarefas ou apagando incêndios do dia a dia poderia estar sendo usado para momentos de descanso ou lazer.

“Organização não é sobre perfeição, é sobre funcionalidade” 6w34i

Organizar não significa viver em um catálogo de revista. Não precisa ser impecável, mas precisa funcionar para a sua rotina. Algumas estratégias simples já fazem uma diferença absurda:

Menos é mais – O excesso de objetos é um dos maiores causadores de bagunça. Se você tem dificuldades para manter a casa em ordem, talvez seja hora de reduzir o volume de coisas ao seu redor.

Cada coisa no seu lugar – Se um objeto não tem um “lugar certo”, ele sempre vai acabar jogado em algum canto. Estabeleça espaços fixos para os itens do dia a dia.

Organize por categorias, não por cômodos – O método de organização por categoria ajuda a evitar a dispersão. Em vez de arrumar “o quarto”, por exemplo, organize “roupas”, depois “órios”, depois “livros”.

Crie mini-rotinas diárias – Pequenos hábitos, como guardar as coisas logo depois de usá-las e fazer uma revisão semanal nos espaços mais críticos da casa, evitam o acúmulo de bagunça.

Seu cérebro agradece 562e14

Se você vive cansado, sobrecarregado e com a sensação de que nunca dá conta de tudo, experimente olhar para o seu ambiente. Pode ser que a bagunça esteja roubando a sua energia sem você perceber.

E não, você não se acha na sua bagunça. Você apenas se acostumou com ela. Mas a boa notícia é que sempre dá para mudar – e começar agora.

Priscila Wolff é Personal Organizer, fundadora da Just Perfect Organizing