amigos cronicas
Amigo é coisa pra se guardar… (Pixabay)

Se em 2025 eu pudesse desejar um presente pra todo mundo, desejaria amigos verdadeiros. Não aqueles que se fazem presentes apenas replicando mensagens prontas no WhatsApp, mas os verdadeiramente engajados na amizade. Amigos que são um mix de terapeuta, DJ, guia turístico e, em alguns casos, comediantes involuntários.

Não desejo um amigo perfeito. Esse, se existir, só em conto de fadas. É igual à dieta que você jura que vai começar na segunda: uma ilusão. Porém, há amigos de todas as frequências e pra diferentes ocasiões.

Há amigos pra festejar. Aqueles que chegam na sua casa com uma garrafa de vinho – ou uma cerveja barata mesmo – e transformam sua sala numa pista de dança improvisada. Não resolvem seus problemas, mas permitem que você se esqueça deles por algumas horas.

Há os amigos pra falar. Bons de papo, são os que fazem cara de paisagem enquanto você despeja suas frustrações. Ouvem seu monólogo dramático sem esperar qualquer tipo de remuneração. Sabem exatamente o que dizer e, principalmente, o que não deve ser dito.

Existem também os amigos pra introspecção. Raros, são aqueles que aceitam caminhar sem rumo ou sentar no sofá e olhar pro nada sem te julgar. São o equivalente humano a um cobertor quentinho: não fazem barulho, mas confortam. São a prova viva de que o silêncio compartilhado pode ser mais significativo do que qualquer conversa.

Tem os amigos de viagem. Aqueles que topam qualquer perrengue com um sorriso no rosto ou com uma piada pra quebrar a tensão. Transformam o caos em diversão. Uma mala perdida no aeroporto se transforma em um evento cultural e, se você dá um chilique por algum motivo besta, só dão risada e tiram uma foto pra guardar de recordação. Viajar com eles é como entrar num reality show: memorável e cheio de confusões.

Há ainda aqueles pra outro tipo de viagem: na maionese. Com quem você pode sonhar alto, rir de coisas sem sentido e criar teorias absurdas que só fazem sentido entre vocês. São eles que trazem leveza pra mente e mostram que a vida, por mais séria que seja, também tem espaço pra absurdos e devaneios. Com eles, é desnecessário arredar o pé de casa. Concordam em comprar uma agem pra Lua com baldeação em Marte. Topam empreendimentos malucos e inviáveis que nunca saem do papel. Só que o simples fato de sonhar junto já é uma espécie de terapia.

A beleza da amizade está em sua pluralidade. Amigos não precisam ter todas as qualidades. Elas estão espalhadas em vários deles que, juntos, formam uma rede de apoio que nos sustenta e nos conecta com a vida de forma mais profunda. O importante é que cada um, a seu modo, deixa sua marca em nossa jornada.

Meu desejo pra 2025 é simples: que todo mundo tenha amigos verdadeiros, desses que nos fazem lembrar que a vida, mesmo quando é um caos, tem sempre um motivo pra rir. E, se não tiver, a gente inventa. Porque é pra isso que servem os amigos.

Danielle Blaskievicz é jornalista, empresária e profundamente feliz por ter amigos de todas as tribos.