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Existem abraços que são como o pacote de biscoito que você achou no fundo do armário: já era para ter vencido, mas continua lá, firme e forte, mesmo tendo perdido a crocância. Amizade é meio assim: um vício bom, que aquece a alma e acalenta o coração, mesmo quando você já tirou os braços e foi embora faz tempo.

Amizade verdadeira é aquele tipo de relação que resiste ao tempo, à distância e até aos surtos de segunda-feira. É feita de risadas compartilhadas e lágrimas divididas, frases piegas e muitos clichês.

Das risadas exageradas a ponto de fazer xixi nas calças ou do dramalhão mexicano de quem tinha certeza de que o mundo ia acabar depois daquele fora. Das tardes recheadas com comédias românticas e muito brigadeiro de colher pra adoçar o azedume compartilhado.

Se meus amigos fossem um jardim, a biodiversidade poderia competir com a Floresta Amazônica, mas o paisagismo já teria decretado falência há muito tempo. Uma panaceia com flores delicadas, incapazes de sobreviver ao primeiro temporal; árvores robustas que se destacam em qualquer época do ano e algumas suculentas que causam alergia só de chegar perto.

Pra ser amigo, é essencial olhar além dessas aparências. Vencer a primeira impressão – e, em alguns casos, a segunda, terceira ou até a quarta, com um pouco de fé! Porque amizade é também sobre aceitação. Aceitar o outro com suas falhas, com suas manias, com seus dias ruins.

A amizade está presente no sorriso que brota com mensagem de “oi lazarenta, tô com saudades!”. Na cumplicidade do olhar que revela a afinidade de pensamentos e dispensa verbalizações. Na sequência incansável de memes diários. Nos conselhos sinceros e nas chacoalhadas assertivas. Nos silêncios confortáveis onde ninguém precisa dizer nada porque a presença já basta.

Amizade é família escolhida. É o abraço no meio da crise, o riso solto no meio do nada, a certeza de que, não importa o que aconteça, sempre haverá alguém para segurar sua mão – ou dar um beliscão se for preciso.

A amizade é uma dança. Ora estamos mais próximos, ora mais distantes, mas o ritmo nunca se perde. Tenho amigas que são minhas âncoras. Nos dias de tempestade, são elas que me seguram firme, que me lembram quem sou e do que sou capaz. E quando o sol brilha, são elas que correm ao meu lado, que celebram minhas vitórias como se fossem suas, que vibram com cada conquista.

A amizade verdadeira não precisa de palavras constantes; ela se alimenta de momentos compartilhados, de olhares compreendidos e de uma presença que, mesmo ausente, se faz sentir.

Dia 20 de julho é o Dia Nacional do Amigo. Dia 30 é o Dia Internacional da Amizade. Sugiro comemorar nos 365 dias do ano!

Danielle Blaskievicz é jornalista, empresária e tem amigos de todas as idades.